A Matriz Energética Mundial

O mundo moderno, sobretudo os países mais industrializados, são altamente dependentes das diversas fontes de energia para a manutenção de seus parques industriais e também para o fornecimento de energia para seus grandes núcleos populacionais. Porém, o maior percentual de energia consumido no mundo é proveniente de fontes não renováveis, isto é, fontes de energia que um dia esgotar-se-ão. Das fontes não renováveis, a principal é a dos combustíveis fósseis, que inclui o uso do petróleo, carvão mineral e gás natural. Do total de energia consumido no mundo atualmente, aproximadamente 66% são produzidos a partir do uso de combustíveis fósseis. Observe a tabela abaixo, que apresenta a evolução da matriz energética mundial de 1973 a 2010.

 

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** Inclui energias geotérmica, solar, eólica e térmica

* Milhões de toneladas equivalentes de petróleo

Fonte: Agência Internacional de Energia

 

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Fonte: Agência Internacional de Energia

 

Percebe-se a partir da análise dos dados apresentados na tabela que, da década de 1970 até o ano de 2010, houve um aumento percentual do uso de fontes renováveis e uma redução no uso de fontes não renováveis. No entanto, tais indicadores ainda confirmam que as atividades humanas são muito dependentes de fontes energéticas finitas, as quais além de terem um tempo de vida útil que se esgota, também trazem problemas ambientais, como a grande emissão de gases poluentes pelos combustíveis fósseis ou o risco de acidentes radioativos nas usinas nucleares.

 

As fontes renováveis, por sua vez, as quais garantem um fornecimento energético que não se esgota, tiveram um pequeno aumento percentual no período retratado pelos dados das tabelas. Isso implica dizer que, em termos mundiais, pouco foi feito no intuito de investir no uso de fontes renováveis na matriz energética de grande parte dos países mundo afora. Além da vantagem de serem fontes infinitas, as fontes renováveis apresentam, de um modo geral, menos impactos ambientais se comparadas ao uso das fontes tradicionais, como os combustíveis fósseis. Em tempos de aquecimento global e de grande poluição atmosférica nas grandes cidades mundiais devido ao elevado consumo de energia proveniente de combustíveis fósseis, torna-se urgente que iniciativas públicas deem mais ênfase à alteração da matriz energética de muitos países, que ainda se assentam fortemente no uso de fontes de energia não renováveis e bastante poluidoras.

 

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Os incentivos ao desenvolvimento de fontes alternativas de energia, como a solar e a eólica, são vistos como possíveis soluções para frear o aquecimento global

 

As Reservas e o Consumo do Petróleo

Conforme pôde ser visualizado nos dados mostrados anteriormente, o petróleo ainda é a principal fonte de energia utilizada no mundo. De acordo com as reservas de petróleo conhecidas no mundo hoje e tomando como referência os níveis atuais de consumo, estima-se que essa fonte energética ainda durará 50 anos até que se esgote totalmente. Deve-se lembrar, contudo, que tal previsão trata-se de uma estimativa, podendo variar para mais ou para menos dependendo da evolução do nível de consumo nos próximos anos e da possibilidade de descoberta de novas reservas petrolíferas.

 

O que é sabido atualmente é que as maiores reservas mundiais de petróleo encontram-se na região do Oriente Médio. Porém, apesar de os maiores produtores mundiais desse combustível estarem nessa região do globo, não são os países de lá os maiores consumidores. Os países que mais consomem petróleo são aqueles que apresentam, de um modo geral, um elevado desenvolvimento industrial e grandes populações absolutas. São grandes consumidores de petróleo países desenvolvidos como os Estados Unidos e o Japão, e os chamados países emergentes, que incluem China, Índia, Rússia e Brasil. Veja nas tabelas abaixo a comparação entre os países que possuem as maiores reservas e os maiores consumidores.

 

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Fonte: OPEP

 

 

O Dilema do Uso da Energia Nuclear

O desenvolvimento e a instalação de usinas nucleares para a geração de energia elétrica demandam grande domínio tecnológico e fortes investimentos financeiros e, por isso, a maior parte da produção energética de origem nuclear encontra-se em países desenvolvidos. É sabido também que, apesar dos riscos de acidentes radioativos envolvendo o uso dessa fonte de energia, sua grande eficiência produtiva acaba suplantando esse temor, a ponto de vários países desenvolvidos investirem grandes quantias financeiras no melhoramento e na ampliação de sua oferta de energia de origem nuclear.

 

Contudo, desde o último grande acidente envolvendo usinas nucleares, em 2011, no Japão, essa fonte energética vem caindo em descrédito na maior parte do mundo. Até o ano de 2011 o Japão dispunha de 30% de sua matriz energética proveniente de usinas nucleares e a intenção do governo do país era fazer com que esse percentual chegasse a 50% do total da oferta de energia até o ano de 2030, ou seja, havia planos para construção de novas usinas nucleares. No entanto, em março de 2011, o Japão foi atingido por um forte terremoto seguido por um tsunami que danificou as instalações nucleares da Usina de Fukushima, espalhando radioatividade no ar, no solo e na água, o que trouxe inúmeros prejuízos financeiros ao país além de colocar novamente em dúvida a segurança envolvida no uso dessa fonte energética. Desde então, o governo japonês optou por cessar os investimentos e pesquisas ligados ao desenvolvimento e à ampliação da oferta de energia proveniente de fontes nucleares, a ponto de o país atualmente estar reduzindo gradativamente a operação de suas usinas nucleares. A intenção é que dentro de poucos anos o Japão não possua mais nenhuma usina atômica em funcionamento.

 

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Criança japonesa utiliza máscara para se proteger da radiação liberada pelo acidente na Usina de Fukushima em março de 2011 no Japão

 

Lembramos, todavia, que esse acidente nuclear ocorrido no Japão não foi o primeiro de grandes proporções a ocorrer no mundo. Em 1986, na cidade de Chernobyl, na Ucrânia, outro acidente, considerado o pior da história, já expunha à humanidade os riscos inerentes ao uso dessa fonte de energia.

 

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Ativistas do Greenpeace protestam contra o desenvolvimento de novas usinas nucleares na Ucrânia. No cartaz preto, os seguintes dizeres: “Uma Chernobyl já foi o suficiente”, em uma clara referência ao maior acidente radioativo da história, ocorrido em 1986 na cidade de Chernobyl, na Ucrânia

 

Em face desses riscos, outros países fortemente dependentes de usinas nucleares aliaram-se ao Japão para reduzir ou até eliminar totalmente a produção energética a partir de reações nucleares. O governo francês, por exemplo, planeja reduzir sua dependência energética de origem nuclear de 75% para 50% de sua matriz energética até o ano de 2025. Outros países como Alemanha, Suíça e Bélgica também possuem projetos para diminuir o número de usinas atômicas e estimular o desenvolvimento de fontes renováveis e alternativas de energia. Até mesmo o Brasil, que atualmente conta com apenas duas usinas nucleares e tem projetos de construção de mais 3 unidades na região nordeste, já está analisando a possibilidade de cancelar tais investimentos.

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