A Inclusão do Aluno com Deficiência na Escola Comum

 

A Inclusão do Aluno com Deficiência na Escola Comum O trabalho sobre a educação Especial tem se desenvolvido muito, as teorias têm se modificado a partir de estudos e pesquisas, o pensamento e atitudes da sociedade também sofreram grandes modificações na forma como são olhadas as pessoas com deficiências.

Em tempos remotos essas pessoas muitas vezes eram excluídas, renegadas, escondidas da sociedade. De poucas décadas atrás para cá, intensificaram-se os estudo com a preocupação de diagnosticar e classificar a s deficiências, conduzindo-se assim, que a Educação especial começasse a ser encarada como um mundo à parte, que viesse a prover as necessidades de uma parte da sociedade considerada deficiente, então a preocupação era de que estes ditos deficientes passem a ser vistos como seres humanos, que independentes de suas condições, tem os mesmos direitos de se realizarem e estarem inseridos na sociedade. Sem dúvida que a escola ocupa um lugar estratégico e o papel dos educadores é de fundamental importância na discussão e articulação desse novo modelo social e político, que tem como objetivo a inclusão.

Surge a necessidade de responsabilizar cada vez mais, a Educação e a Comunidade, pela inclusão dessas crianças. A escola precisa adaptar-se, abandonando o seu caráter seletivo, discriminatório e preconceituoso.

Sabemos que precisa de mudanças e lutas por escolas inclusivas, onde todos os alunos devem aprender juntos, independente de dificuldades e diferenças que apresentam, mas sabemos que se faz necessário ter escolas apropriadas e professores com qualificação e capazes de lidar com essas diferenças, espaço propício de uma escola inclusiva, que consiga responder aos desafios e suprir às necessidades de uma população cada vez mais heterogênea e de construir um espaço onde eles possam ser aceitos e serem tratados de forma diferenciada, desde as práticas pedagógicas, organização do currículo e estratégias de ensino, apoio ao aluno, ao professor, à família e a esta escola também, para que seja realmente inclusiva e para todos.

“A educação inclusiva tem sido discutida em termos de justiça social, pedagogia, reforma escolar e melhoria nos programas. No que tange a justiça social, ela se relaciona aos valores de igualdade e de aceitação”. (Pacheco, p.15,2007)

Considerando que é a segregação e a desinformação que geram o preconceito, e que isto é ruim para todos, é preciso que a sociedade seja invadida por bons motivos que permitam a convivência de todos, vendo as diferenças naturalmente, promovendo um movimento dialético, visando a informação e formação de cidadãos por inteiro.

“Este conceito de inclusão envolve um jeito de pensar fundamentalmente diferente sobre as origens da aprendizagem e as dificuldades de comportamento. Em termos formais estamos falando sobre uma mudança de ideia de “defeito” para um “modelo social”. […] (Mittler, p.25,2003)

Por muito tempo e longa história, na sociedade e em contextos culturais variados, dizem que existem indivíduos caracterizados como excepcionais, alguém que se destoa dos padrões ditos “normais” que requerem cuidados especiais, maneira diferenciada de tratamento.

Síndrome de down
Alteração genética do par 21, que trás como consequência características físicas marcantes e implicações tanto para o desenvolvimento fisiológico quanto par a aprendizagem.

São anormalidades cromossômicas, há normalmente 46 cromossomos em cada célula, sendo 22 pares “regulares” e dois cromossomos do sexo masculino e dois femininos, somando 46 cromossomos na célula normal. Quando há um cromossomo adicional (24 cromossomos) e a outra célula germinativa tiver 23, isto levará , no momento da concepção uma nova célula contendo 47 cromossomos. Se o cromossomo extra for o cromossomo 21, este é o indivíduo que nascerá com Síndrome de Down.

As características físicas da criança com essa Síndrome são formadas por influência de seu material genético, podendo parecer até certo ponto com seus pais, pois herdaram seus genes, como a cor do cabelo, dos olhos, estrutura corporal, altura, etc, mas devido ao cromossomo 21 adicionado ao seu material genético terão características diferentes de seus familiares ou outras pessoas sem essa deficiência. Poderá haver desenvolvimento alterado de certas partes do corpo, como o rosto, olhos, cabeça, orelhas, boca aberta , língua um pouco mais grossa e um pouco projetada, dentes de leite nascem um pouco mais tarde, mas com problemas de gengiva, é observada menor propensão à cáries, anomalias congênitas cardíacas, pulmonares, gastrintestinais, etc.

Podemos ressaltar que nem toda a criança Down apresenta todas e outras características, outras apresentarão mais acentuadamente, mas cada uma terá suas características e que poderão modificar no decorrer do tempo. Esses fatores físicos poderão não interferir na saúde dessa criança, a não ser que sejam defeitos cardíacos congênitos severos ou outros que necessitem de pronto atendimento médico, é fundamental que o Down seja apresentado como um ser humano que necessita de cuidados e carinho.

Deficiência mental
Caracteriza-se por limitações significativas tanto no funcionamento intelectual como na conduta adaptativa, nas habilidades práticas, sociais e conceituais. A Psicologia considera a ausência da consciência metacognitiva, que é o conhecimento pela própria pessoa do funcionamento do seu pensamento e a utilização do conhecimento para controlar seus processos mentais, essa incapacidade acontece em pessoas com deficiência mental, onde vem a limitar sua adaptação e autonomia, assim como pouca habilidade com a aprendizagem e capacidade funcional da inteligência. Existem possibilidades de melhorar as habilidades intelectuais, aumento de sua autoestima e da adaptação sócio- afetiva, estimulando a motivação com intervenções de métodos e técnicas cognitivas com o objetivo de levar essas pessoas a desenvolver e utilizar espontaneamente suas próprias estratégias, fazendo-os chegar conscientemente a um nível avançado de habilidades mentais, assim como o controle de sua impulsividade.

Paralisia cerebral
Alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, entre outras condições. Esse termo vem sendo usado desde a segunda metade do séc. XX para se referir a um grupo de pessoas que apresentam prejuízo motor, numa condição não progressiva, adquirida antes dos primeiros anos de vida, podendo ser associada a prejuízos intelectuais, sensitivos, visuais, auditivos e outros. É um dano permanente dos movimentos ou da postura que leva a uma desordem encefálica não progressiva podendo ser causada por hereditariedade ou fatores que decorrem na gestação, do parto anormal, difícil, nascimento prematuro, asfixia, etc, ou durante os dois primeiros anos de vida.

A equipe médica deverá informar aos pais as condições de vida dessa criança, tratamento proposto e programas de reabilitação física. Quando chega a idade escolar, os objetivos do tratamento serão diferenciados com intenção de adapta-lo a escola, seja ela especial ou normal, dependendo do grau de comprometimento motor e intelectual da criança. Epilepsia
Consiste em diferentes tipos de desordem temporários de função, tanto sensoriais, quanto motoras, mentais e físicas. São descargas elétricas nas células nervosas do cérebro, é uma condição em que essas descargas elétricas provocam distúrbios no funcionamento normal do sistema nervoso, sendo denominados de “convulsões”, que podem ocasionar perda temporária de consciência e mudanças do comportamento, que dependem da área do cérebro que está sendo estimulado por essas descargas.

O meio científico continua investigando as causas físicas e o tratamento a ser desenvolvido sabe- se que o cérebro recebe esses impulsos elétricos por meio de substâncias químicas, os neurotransmissores, que ativa uma célula como se fossem ondas cerebrais, quando um número excessivo de células nervosas dispara de forma anormal ao mesmo tempo, uma convulsão epiléptica pode ser ocasionada.

Conhece-se que existem vários motivos para que ocorram essas convulsões: instabilidade das células do cérebro, causadas por traumas, cicatrizes, causas químicas, inflamação, tumores, intoxicação ou más formações, até o desequilíbrio dos neurotransmissores. Sabe-se que não é uma doença, e sim um sintoma que pode sé manifestar como uma dor de cabeça. Na escola o professor deverá ter conhecimento desse sintoma e saber como e o que fazer quando se deparar com crianças com esse sintoma.

Déficit de atenção e hiperatividade
Os déficits de atenção ocorrem com ou sem hiperatividade. Existem crianças que são primariamente hiperativas e impulsivas e tem menos problemas de atenção. outras têm sintomas de desatenção(são distraídas) e hiperatividade (pessoa muito ativa, às vezes muito agitadas, além do comum), em número maior com o sexo masculino. É mais notado quando a criança inicia atividades de aprendizado na escola, quando o ajustamento à escola encontra-se comprometido.

Esse transtorno, até o momento, não tem causa específica, alguns genes tem sido descobertos e descritos como causadores, lesões neurológicas mínimas, impossíveis de serem vistas em exames, ocorridos durante a gestação ou nas primeiras semanas de vida, assim como alterações de substâncias químicas cerebrais (neurotransmissores) também estão sendo apontadas como possíveis causas.

Algumas crianças apresentam apenas desatenção, outros apenas hiperatividade ou apresentam os dois sintomas juntos. Para se dizer que alguém apresenta um ou mais desses sintomas tem que ocorrer de tal forma que venha a interferir no relacionamento social, na vida escolar, no trabalho ou em casa. É preciso que haja uma investigação por profissionais da área da saúde para diagnosticar e consequentemente fazer um tratamento para que possam se relacionar socialmente e tenham condições de desempenhar a aprendizagem para que não fracassem e depois venha a abandonar a escola.

Conclusão
A inclusão de pessoas com deficiências, nas escolas comuns de rede de ensino, coloca grandes e novos desafios para o sistema educacional, tanto para professores das escolas comuns como de ensino especial, para a sociedade, pais e a própria instituição escola que deverá se reformular para acolher esses indivíduos, buscando compreender suas diferenças, não como algo que seja estanque e incapacitante, mas reconhecê-lo como ser capaz na sua condição humana.

É um desafio complexo e está distante da prática pedagógica diária, que o professor está acostumado, vendo a sala de aula com turmas homogêneas e alunos iguais, pelo menos pensa que são assim, também estão cientes que será, realmente um grande desafio e que a escola assim como os docentes não estão preparados.

Por longos séculos ficaram em casa em espaços segregados, não podendo serem visualizados ou que pudessem interagir socialmente, seja por falta de conhecimento ou por puro preconceito e rótulos que eram conhecidos, o cego, o surdo, o mudo, o mongoloide, o aleijado. Não tiveram acesso a escola comum ou não foram à escola, muitas vezes nem à especial, quando algum tinha chance de frequentar alguma instituição para especiais, deviam se moldar ao formato da escola, se adequar a esta.

Hoje a Constituição Federal, estabelece o direito a pessoas com necessidades especiais receberem educação regular, preferencialmente na rede regular de ensino (art.208,III).

Atualmente um grande número de pessoas com deficiências frequentam escolas comuns. Mas há a necessidade de refletir sobre o papel da escola para que haja compreensão e consolidação das diferenças na sala de aula, para que o professor não encontre dificuldades, ao se deparar com essa situação e este precisa se qualificar para enriquecer o ensino de forma benéfica para atender a estes diferentes.

Tanto o aluno deficiente como o sem deficiências sairão ganhando em conviverem juntos, tendo aí um ambiente desafiador, provocador, rico em experiências e relações que os estimulem e os incentivem a pensar, a conviver com a diversidade, vivenciar situações de aprendizagens diferentes, construindo conhecimentos e convivendo com novas formas de interação e comunicação, tais como libras e Braile.

A construção de uma Escola Inclusiva veio colocar na educação geral grandes responsabilidades que até hoje era da educação especial. Precisa-se acreditar que não seja um sonho, mas é necessário que toda a sociedade como um todo, pais, profissionais, governantes, enfim toda a sociedade acreditem que a Escola Inclusiva é algo que vale a pena lutar, que ninguém admita qualquer forma de segregação. “Ensinar exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação.” (Freire,p.35,1994)

[…] Faz parte igualmente do pensar certo a rejeição mais decidida a qualquer forma de discriminação. A prática preconceituosa de raça, de classe, de gênero, ofende a substantividade do ser humano e nega radicalmente a democracia.[…] (Freire,p.36,1994)

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